quarta-feira, 2 de maio de 2007

Livro "Rio Cricaré - Águas de uma história" por Marco Antônio Campo.

Capítulo 1 - Parte 1

Muitos historiadores em livros didáticos alegam que me 1500 os portugueses descobriram o Brasil, o que eles não lebram é que lá já haviam habitantes formidáveis.
Existem várias explicações para a chegada do homem a América, o mais provável deles é que há 40 mil anos o nivel dos oceanos abaixou e o gelo dos pólos avançou, permitindo assim a passagem dos habitantes do norte da China por uma região temporaria que juntava a Rússia ao Alasca. As famílias se espalharam pela América, formando assim as tribos, cada uma com a sua cultura. As mais importantes do Espírito Santo eram os Tupis, que se localizavam no litoral e foram massacrados pelos portugueses, e os Jês, que foram expulsos do litoral pelos Tupis, voltando a ocupar o litoral em meados de século XVII, quando os Tupis abandonaram o norte do estado do Espírito Santo (esse abandono foi feito 2 séculos antes).

Capítulo 1 - Parte 2

Quando os primeiros portugueses fundaram São Mateus eles tinham como vizinhos os índios Tupis, que em 1558 travaram uma batalha pela posse da terra.
Anos depois os vizinhos passaram a ser os botocudos, que resistiram até o século 20.
Os tupis eram seminômades, eles caçavam, pescavam e plantavam, e só saiam do lugar quando os nutrientes do solo ficavam escassos. Na caça, só os homem iam, além de técnicas de armadilhas eles eram ótimos arqueiros, e só matam o necessário para a sobrevivência da tribo.
Já as mulheres cuidavam da casa, das crianças, faziam as roupas e utensílios, cuidavam da roça de mandioca e cozinhavam para a tribo, além de preparar as redes de algodão para as malocas, que eram barracões imensos de madeira e coberto de palha que os índios usavam como casas coletivas, entre as malocas havia um grande pátio, que era usado para atos sociais e religiosos.
Conheciam uma grande variedade de plantas medicinais, inclusive algumas usamos até hoje. O chefe da tribo era o cacique e o 'sacerdote' era o pajé. A religião era ligada as forças da natureza e o deus era Tupã. Os índios partilhavam tudo, por isso eram uma sociedade igual, tudo era de todos, não havia nada que tivesse um único dono.
Na guerra os Tupis, mesmo com armas mortais, apenas capturavam os guerreiros mais fortes da tribo inimiga para que, por meio de um ritual, comiam a sua carne assim acreditavam que a força desse guerreiro passaria para eles.
Os Tupis que sobraram abandonaram a região por causa da quantidade de doenças espalhadas pelos portugueses. No século XVII os botocudos (que tinham esse nome por usarem círculos de madeira nas orelhas e nos lábios, chamados de botoque) dominaram a região e mostraram que eram impacientes com os vizinhos de São Mateus.
Eles eram nômades, porque não plantavam, aproveitavam apenas os recursos desponíveis. Eram ótimos construtores de canoas por não saberem nadar, além de serem guerreiros malvados e matavam sem dó.
Os botocudos da região do Rio Doce também consideravam que os portugueses eram inimigos, por isso eles não se atreviam a atravessar pelo norte do estado sem estratégias ou índios aculturados que os guiavam. Isso fez com que Dom Pedro II abrisse uma exceção na lei que proibia o massacre dos índios no Brasil, permitindo que os botocudos do norte do Espírito Santo fossem esmigalhados acontecendo assim o "massacre dos botocudos" ou a "guerra justa", como Dom Pedro II denominou.

Visite o Museu de São Mateus para ver ferramentas indígenas, que foram encontradas em alguns dos vários sítios arqueológicos da região.

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